"A ilusão do golpe acabou”, afirma Guimarães

Em entrevista do portal 247, o deputado José Guimarães (PT-CE) respondeu às declarações feitas nesta segunda-feira por Michel Temer durante a primeira reunião do Conselhão de seu governo. Nela, o presidente declarou que faltou um "déficit de verdade" no governo Dilma Rousseff e afirmou ter tirado o País do "ilusionismo".

"Tirou o País do ilusionismo? Ele está levando o País para o mundo da lua. A realidade nua e crua do Brasil é que a recessão se aprofunda", critica o deputado. "O País enfrenta hoje as consequências do gigantesco golpe deliberado pelo então vice presidente Michel Temer. Esse é o verdadeiro déficit de verdade que não foi dito ao País", completa.

Para Guimarães, "essa reunião [do Conselhão] foi para inglês ver. Não indicou saídas, foi uma peça de marketing. De concreto, absolutamente nada. Porque as pessoas sérias lá tiveram que cobrar... a ilusão do golpe acabou". Ele lembra que "essa situação que ele (Temer) diz ter encontrado, de déficit fiscal... é fruto das consequências políticas que estão levando o Brasil à beira da fragmentação política, da direitização do País, das medidas que ele vem anunciando, de quebra de direitos".

O deputado critica o discurso de "herança maldita" que vem sendo feito pelo atual presidente. "Nós tivemos, no segundo governo Dilma, um PMDB que integrou o ministério, detinha as maiores pastas, não oferecia nenhuma medida para o enfrentamento da crise e agora vem falar de herança maldita. Temer foi o artífice disso tudo. Eles nunca governaram o Brasil pela via direta", afirmou.

Em sua avaliação, a tese de salvar o Brasil a partir do golpe contra Dilma caiu por terra. "Prometeram que, tirando a Dilma, o País voltava a crescer. Mas o Brasil está à beira de um abismo econômico, social e de crise política. Há que se falar a verdade, há que se ter transparência, porque foi dito nos principais discursos que decretaram o impeachment que era uma necessidade para restaurar a credibilidade do país, a governabilidade institucional e a retomada do crescimento. Seis meses se passaram e a equipe do governo ilegítimo não anunciou nenhuma medida, nenhuma ação para a retomada do crescimento", diz.

"Não teve queda da inflação, o investimento público caiu, as concessões estão paralisadas e os programas que geravam renda e emprego estão paralisados. O Minha Casa, Minha Vida escafedeu-se... programas de expansão de unidades básicas de saúde, assim como as extensões universitárias, a Transposição do São Francisco parada, o que vai resultar na maior crise hídrica dos últimos 100 anos...", descreveu. Em resumo, afirma, "o País está se desagregando socialmente. A economia derretendo. E o próprio governo reconhece que no próximo ano vai ser difícil".

José Guimarães comenta ainda a crise política do governo Temer. "Em seis meses já caíram seis ministros, isso nunca aconteceu antes. E as pessoas acham que é um fato normal. Um governo que diz ter governabilidade, estabilidade política. Esse é o verdadeiro ilusionismo". Sobre o escândalo envolvendo Geddel Vieira Lima, afirmou: "Ainda bem que a Comissão (de Ética da Presidência) abriu processo para investigar, e tem que investigar fundo. É um governo trapalhão. Tinha que ter tirado imediatamente o ministro".

O parlamentar acredita que, com 7% de aprovação da população brasileira, Michel Temer "é um presidente sitiado". "É um presidente que não pode falar com a população, não tem diálogo com a sociedade, com as ruas", avalia. Em sua opinião, "é preciso que o País reaja, e só uma nova eleição pode por fim a essa instabilidade", mesmo que seja por eleição indireta. "Não tem outro jeito, o Brasil não suporta esperar 2018, pode ser tarde demais para a democracia. E aí, num ambiente de instabilidade política, surge espaço para qualquer aventura".

* Com informações do Portal 247.

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