Eunício e criadores de camarão discutem melhorias para manutenção da atividade

Brasília. O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), recebeu ontem (22) os representantes da Associação Cearense de Criadores de Camarão. Eles defenderam a qualidade do produto produzido no país e alertaram para a liberação da importação de camarões de outros países sem que passem por nova Análise de Risco de Importação (ARI).

De acordo com Cristiano Maia, presidente da Associação Cearense de Criadores de Camarão, os representantes da atividade não são contra a importação do produto. Eles apenas querem que a Análise de Risco seja realizada e evite que camarões com até treze tipos de doenças entrem no país, colocando em risco a saúde da população e o desempenho da atividade. “Na verdade, a gente quer que seja feita essa Análise de Risco da Importação. Nós não somos totalmente contra. A gente é contra trazer doenças. E para que evite essa doença é preciso fazer essa análise lá no país do camarão que querem trazer para cá”, argumentou.

O presidente da Associação disse que o setor evoluiu muito tecnicamente, lutando e investindo há anos para erradicação de algumas doenças que atingiram a produção local, como o vírus da ‘Mancha Branca’. Ele argumenta que agora, quando as doenças estão sendo controladas, o país não pode arriscar e permitir a entrada de camarões contaminados. “A gente saiu agora de uma doença que afetou muito o setor, que foi a Mancha Branca. Investimos em genética, manejo e se vierem outras doenças vai acabar prejudicando a atividade”, lamentou.

Ainda em defesa da carcinicultura, Cristiano pediu apoio de Eunício à uma emenda a ser apresentada à Medida Provisória 782/17, que trata da reforma administrativa no âmbito do Governo Federal. A modificação transferiria para o ministério de Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) a responsabilidade pela sanidade de Animais Aquáticos de Cultivo – Aquicultura.

Cristiano disse que a responsabilidade pela gestão do setor pesqueiro já está sendo feita pelo Mdic, sendo coerente direcionar também a execução das análises de risco para o mesmo ministério. “A gente quer que a sanidade da pesca vá também para o ministério de Indústria e Comércio, porque lá no já tem o pessoal preparado tecnicamente para fazer a análise de risco”, afirmou.

Em resposta, Eunício assegurou apoio na defesa da produção de camarão nacional. “São mais de 70 mil pessoas no Nordeste brasileiro que trabalham no setor e dependem da manutenção dessa qualidade no produto. Contem comigo para lutar em defesa dessa atividade”, disse.

Dados divulgados no ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam o Ceará como o maior criador de camarão do país. Produzindo 58,3% da produção nacional, com 40.718 mil toneladas.

No Nordeste, são mais de 70 mil trabalhadores que dependem diretamente da atividade.

Na semana passada uma liminar que condicionava as importações de camarões vannamei, do Equador, à realização de uma nova Análise de Risco de Importação (ARI) foi derrubada. Tornando permitida a entrada do produto no Brasil.

*Colaborou - Bárbara Gonçalves

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