Águas do São Francisco chegam nas casas dos cearenses ainda neste ano

“Até o fim deste ano – se os planos seguirem o planejado e a instabilidade política e econômica não atrapalhar –, a expectativa é que (rio) São Francisco encoste também pelo Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco”. A informação é de uma reportagem especial do jornal O Povo publicada nesta semana, que destaca: o sonho acalentado por 12 milhões de nordestinos já tem 85,3% de obras físicas concluídas, segundo informações do Ministério da Integração.

Com a transposição, serão 50 reservatórios abastecidos, sendo 27 destes construídos pelo projeto. Por longos 477 km de canais, o rio transpõe relevos a partir de nove estações de bombeamento, 14 aquedutos e quatro túneis perfurando serras. A vazão média direcionada pelo rio será de 26 mil litros por segundo em períodos secos.

Somente o Estado do Ceará contará com 13 açudes abastecidos pelo Velho Chico. Entre eles está o maior do Nordeste, o Castanhão, que atualmente está com apenas 9% de sua capacidade, e é a principal garantia hídrica para Fortaleza.

Governo popular - "Já investimos nessa obra R$ 6,9 bilhões: esse é o governo que trabalhou pelos pobres, pelo Nordeste", discursou o líder do governo na Câmara, José Guimarães, ao usar a Tribuna para comentar a matéria do jornal O Povo.

Segundo dados do Ministério da Integração Nacional, responsável pela execução do projeto, foram contratados mais de 10 mil profissionais e há 3.800 máquinas operando 24 horas. Além de alcançar o Ceará, por meio do Eixo Norte, a obra beneficia os sertões da Paraíba e Rio Grande do Norte.

“Não haverá a maior crise hídrica da história porque o nosso governo teve a ousadia de realizar a transposição. Esse é o Nordeste que soube conviver com o semiárido e teve capacidade de desenvolver a maior obra em infraestrutura hídrica da América Latina”.

Breve histórico - A transposição foi proposta inicialmente pelo ouvidor do Crato, Antônio de Porbem Barbosa, em 1817. Em seguida, o rei de Portugal, D. João VI, recomendou a elaboração de estudos e, ao se despedir do Brasil Colônia, acabou deixando o conselho ao filho a dar continuidade a ideia. D. Pedro I, no entanto, estava mais preocupado com os rebeldes da Confederação do Equador (1824) e, somente em 1860, durante o reinado de D. Pedro II, foi contratado o engenheiro Henrique Guilherme Fernando Halfed para elaborar um projeto.

A saída seria distribuir as águas do São Francisco por Cabrobó (PE), como seria realizado quase dois séculos depois. Entretanto, sem tecnologia disponível, a ideia hibernou por anos até ressurgir com os governos Geisel e Figueiredo na Ditadura Militar e frequentar as duas campanhas de Fernando Henrique Cardoso, até que em 2007 foi iniciada na segunda gestão do governo Lula.

(Ministério da Integração Nacional)

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