Juiz eleitoral pede fim das "peripécias" no Legislativo de Juazeiro
Juiz Miguel Feitosa - Foto: Normando Sóracles |
Juazeiro do Norte. O juiz eleitoral Miguel Feitosa Cardoso, da 28ª zona eleitoral de Juazeiro
do Norte, roubou a cena durante a solenidade de diplomação dos eleitos
no pleito do último dia 2 de outubro, realizada na noite de ontem (12),
no auditório do Memorial Padre Cícero, ao conclamar os 21 vereadores
diplomados para a próxima legislatura, que terá início a partir de 1° de
janeiro, à não realizarem o que chamou de “peripécias” cometidas por
parlamentares que formam o atual período legislativo na Câmara Municipal
deste município.
Em tom austero, o magistrado fez referências ao
atual momento político por qual atravessa o país, citando, para
exemplificar a perplexidade da população brasileira, o nome do senador
Cristovam Buarque (PPS), recentemente citado em uma das delações da
operação Lava Jato. Sem ser explícito nos nomes, ele também fez
referências ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e ao presidente
do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB). O discurso precisou ser interrompido várias vezes, devido as manifestações de apoio emanadas da plateia.
“...sobretudo nestes últimos tempos de
agigantamento da inversão de valores, quando um delinquente mor abre a
boca para dizer que vai pedir a prisão do juiz que o processa [Lula em
relação ao juiz Sérgio Moro]. Quando um delinquente top de linha,
desobedece uma ordem judicial [Renan Calheiros que descumpriu decisão do
ministro Marco Aurélio de Melo, do STF]. Quando até sua santidade, o
senador Cristovam Buarque, aparece na lista dos pulhas beneficiados com o
dinheiro da corrupção”, apontou o juiz em parte do seu pronunciamento.
Dirigindo-se especificamente aos futuros legisladores, o magistrado foi enfático ao solicitar que estes “não repitam, nos próximos quatro anos, as proezas e as peripécias da Câmara Municipal que está se exaurindo. Quem não tiver culpa no cartório, não precisa vestir a carapuça”. A frase causou alvoroço junto aos espectadores.
Conforme Miguel Feitosa, a população do município
sabe, a fundo, quais os nomes dos parlamentares envolvidos em supostas
irregularidades. “O povo sabe muito bem quantos e quais os vereadores
que pensaram no Juazeiro. Que estiveram as voltas com denúncias,
maracutaias, fugas, cassações, afastamentos, negociatas, prisões,
confinamentos nas praias do Aracati e no açude do Assaré”, ponderou.
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